quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Vocações...


Sempre fui um sonhador nato…
Já a frequentar o Lycée Français Charles Le Pièrre, em Lisboa, a minha ânsia por “voos” mais altos me ensombravam a alma. Ainda guardo o calor do desejo de algum dia vir a exercer a carreira de topo na então República do Zaïre, agora República Democrática do Congo.
Porém, ainda havia uma outra ânsia, a de exercer o sacerdócio, já que tal desejo me fora, desde tenra idade incutido, pela família, nomeadamente, a minha querida mãe. Após a saída no liceu francês, ainda fiz dois anos na extinta Escola Secundária dos Anjos, e só depois do 11º ano, decidi entrar no seminário. Uma experiência inexplicavelmente bela e única, a qual só quem a viveu com alma e coração pode testemunhar, embora (infelizmente) as palavras não chegue para descrever.
Conheci, na minha caminhada no Seminário de Penafirme, jovens que como eu, procuravam “o” sentido para as suas vidas. É claro que num tal percurso já se caminha para uma determinada orientação, o sacerdócio. Contudo, é bom relembrar que “a seara é grande mas os trabalhadores são poucos”, isto é, ninguém dos que se forma deve ter a certeza do “resultado” final dessa caminhada, pois Deus chama quem quer, quando quer, onde quer, e como quer.
Confesso que não via mais nada a não ser o sacerdócio, como vocação. Um erro para quem deve abandonar-se e deixar-se moldar pela vontade de Deus a seu respeito. Recordo com saudade o que me dizia o meu querido “Pater”, o Reverendo Senhor Padre Mário Rui Leal Pedras (meu Padrinho por estima):” quem quer o que Deus quer, tem tudo quanto quer….”- Palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus. Agora percebo a razão para que tal frase tanto me interpelava.
Após um ano de seminário, propriamente dito, acabei por decidir sair. Ainda me recordo do jantar que tive com o então Vice-Reitor do Seminário der Penafirme, o Reverendo Padre José Miguel Barata Pereira, um amigo precioso para quem o conhecer como pessoa. Fomos jantar na Portugália do parque das Nações. Só depois da sobremesa é que ganhei coragem para lhe dizer que tinha decidido (curiosamente, no dia 11 de Setembro de 2001 – atentado em NY) sair do seminário. Não quero deixar de recordar, com saudade, os meus companheiros dessa memorável caminhada: Francisco Martins, José Duarte, Marcelo Boita, Joel Leal, André Ventura, Luís Alves, Boaventura, Ricardo Ferreira e Carlos Martins. A vida nos cruzou numa vivência que para sempre nos marcou.

sábado, 11 de agosto de 2007

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Quando as palavras nos tocam...


O texto seguinte é de um dos comentários (desabafo) mais bonitos que tive até hoje. Donde, não me tenha contido, com a devida permissão, de publicar o mesmo.

"Viajar. Correr. Fugir. Procurar um refúgio. Ou simplesmente exigir de nós mesmos algo melhor! Algo que sabemos que se ira denotar, se nos afastarmos da monotonia do dia a dia. Da monotonia de uma cidade intensamente viva (Lisboa)! Sem um "lugar"... "Aquele lugar"!

Há coisas que deixamos para trás! Mas algumas coisas que ficam. Esperam. Esperam para reverem aquele viajante, que deixou promessas! Promessas essas, cumpridas? Provavelmente algumas! Algumas cumprem-se. Mas um ser Humano não tem o dom da perfeição! Tem é que ter a força para reconhecer o erro, explica-lo devidamente. E tentar arranjar maneira de fazer diminuir a carga negativa! Não podemos esperar que o erro se esqueça. Nunca se esquece algo que magoa! Simplesmente enfrenta-se. Corre-se junto.•
Procurar uma vida melhor, é motivo para se ir ao encontro das descobertas? Mais que um motivo!

Egoísta será aquela pessoa que te irá dizer. "Não vás!"

Obrigado!

sábado, 4 de agosto de 2007

Itinerante...


As vezes, quando o sol nasce, não, quando Nasce, vejo-me itinerante, com um desejo ardente de me fazer à estrada.
Quero partir, sempre partir, ir sempre mais longe...
Em cada amanhecer, sinto a brisa da viagem tapar-me a cara,
cegar-me os ouvidos, só pelo desejo de me ir embora deste sítio, desta casa...

É o riso da felicidade que me assalta a alma, pensar que lá, e só lá me irei sentir feliz, não aqui.
Não tenho aqui morada permanente. Sou um itinerante efémero que só deseja ir, partir, viajar, voar. Nunca ficar.
Muitas são as marcas que meassombram os dias, muitos são os conheciddos e "amigos", mas ninguém me “agarra” no fundo.
Assim sou eu, um itinerante insatisfeito, um homem da estrada, na estrada da vida, em busca da Felicidade, que penso ter encontrado, só não lhe conheço nome, ou graça...